DEIXAR IR




DEIXAR IR 


Eu soltei sua mão, e quando olhei para as minhas elas sangravam. Te ver partir me fez perceber ser chegada a hora de te deixar ir.


Conforme você se afastava eu percebia que por mais que me doesse você precisava seguir, aquele lugar não seria mais o mesmo, sem seu cheiro, seu beijo e seu jeito. Tudo fica escuro sem você para dar cor a minha vida, talvez eu mesmo tenha errado e me causado tantas feridas.


Errei em pensar que tudo ficaria melhor com o passar do tempo, errei em pensar que tudo voltaria ser como antes, esqueci que o ontem já passou e não volta mais, que aquelas feridas possam nunca cicatrizar.


Ou talvez eu errei em acreditar que você mudaria, para se encaixar naquilo que eu precisava de você, errei em acreditar que não me faria sofrer. Irei sentir sua falta por muito tempo, e talvez essa ferida ainda vá doer quando eu me lembrar de você.


Os lugares que passamos juntos já não terão o mesmo brilho. E sei que por um tempo isso irá me machucar de certo modo, mas é preciso aceitar e seguir, curando as feridas causadas pela distância que existe hoje entre nós.


Sentir-se sozinho é natural nesse processo de desligamento, mas é importante lembrar que o amor-próprio é essencial. Mesmo que agora eu não o veja e nem sinta esse amor.


É hora de arrebentar as amarras que nos prendem ao passado, construindo um caminho novo, sem culpa, sem ressentimentos.

Existe um vazio a preencher, mas também um mundo de possibilidades a explorar.


Autor: Rita Rosa 

17/04/2024

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